sábado, 27 de dezembro de 2008

Mais uma história

O começo

Talvez eu tivesse coragem de sair do meu lugar e ir chama - lá para uma dança, porém eu era super tímido, não tímido no sentido de ser uma pessoa que fica sozinha no seu canto, mas, quando o negócio era paquerar ,eu sempre me perdia na conversa e acabava falando umas besteiras.
Pensei em como começar o papo, mas não vinha nada de interessante na minha cabeça. Só pensava em chegar e falar oi. E ai depois do oi o que eu iria falar? Notei que ela também olhava para mim. Pelo menos essa era impressão que eu tinha. Algumas músicas já haviam passado e eu não conseguia ter coragem. Resolvi beber algo. Pedi uma dose dupla de whisky, tomei sem nem sentir o gosto, só pensava em ter coragem para chegar perto dela.
Às vezes tenho raiva de ter que sempre ir ou encontro. Porque as mulheres não podem vim? E também falar que quer dançar? É mas não era hora de ficar pensando nisso, pois se eu demorasse muito outro cara poderia ir e acabar ficando com ela. Acho que já estávamos paquerando há uns 20 minutos. Talvez agora, pois estava tocando uma música muito romântica.
Chegando perto dela, minha mão começou a suar, meu coração disparava, e a boca ficava cada vez mais seca. Acho que ela era uma das mulheres mais lindas que eu já havia visto na minha vida, não que eu seja feio, mas quando se ver uma mulher que chama muito sua atenção, acaba-se ficando sem ação.
-Oi boa noite. Falei meio que quase sem falar.
-Boa noite. Falou ela com um sorriso muito lindo.
-Tudo bem. Como é seu nome, posso saber? Acho que o final da pergunta saiu tão baixo, que ela não entendeu direito.
-Ha... Você deve ter perguntado meu nome? Chamo-me Helena. Respondeu com o mesmo sorriso que havia me falado antes.
-Prazer Helena. Chamo-me Isaac. Agora já estava me sentindo mais tranqüilo.
Ficamos conversando durante uns 20 minutos. Quanto mais eu falava com ela, mais sentia que havia sido valida a minha iniciativa. Ficamos conversando a noite toda. Quando deram duas horas da manha, ela me falou que tinha de ir embora.
-Voc... Ê pode me dar seu telefone? Gaguejei sem querer.
-Não , mas ainda nos veremos , prometo. Respondeu ela com o mesmo lindo sorriso.
-Mas como vamos nos ver se não sei onde você mora? Falei com uma foz triste.
- Não se preocupe, na próxima semana, às 8 horas da manha nesse canto. Falou isso enquanto me entregava um cartão.
Enquanto eu olhava par ao cartão ela saiu da mesa. Então seria assim, iríamos nos ver na próxima semana.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Talvez nos 85 anos

Hoje era seu aniversário de 85 anos, e ele havia tido uma idéia. Havia prometido que quando tivesse 85 anos, o que parecia ser muito tempo quando ele era jovem, iria escrever um livro e o titulo seria: Como ser feliz.
Era formado em psicologia, filosofia, sociologia, direito e medicina. Falava inglês, francês, alemão e um pouco de chinês. Havia estudado muito, pois sua meta de vida era fazer esse livro quando tivesse 85 anos.
Sentou-se, olhou para as folhas, ainda em branco, pensou no 1 capítulo. Pensou, pensou. Já sabia como começar o livro, iria falar sobre como fazer boas amizades. Recordou-se dos amigos e dos que já haviam passado pela a vida, lembrou-se de como era mais fácil acreditar nas pessoas quando era jovem, porém com o tempo foi perdendo isso, viu que já havia tido vários grandes amigos e muitos deles o decepcionaram. É não era fácil falar sobre amizade, muito menos criar uma fórmula mágica para ter bons amigos, então achou melhor mudar de assunto. Resolveu que iria começar escrevendo sobre como ter um grande amor. Foi aí que se lembrou que o maior amor da vida dele havia morrido antes mesmo dele criar coragem de falar sobre o amor que sentia. Achou melhor mudar de assunto. Então ele iria começar o livro falando sobre como ser feliz no trabalho. Notou que ele também não era muito indicado a falar sobre isso, pois não conseguia ficar em uma mesma profissão por mais de 2 anos ,por isso, se formou várias vezes.Talvez falar sobre como ter uma boa alimentação seria uma boa idéia para o começo do livro. Mas viu que como ele poderia falar sobre boa alimentação, se até mesmo os cientistas estavam sempre mudando de opinião sobre quais alimentos fazem bem ou mal para a saúde. Estava em dúvida, pois já não tinha maiores idéias para começar o livro. Depois de tempo pensando, resolveu falar sobre o melhor país para se morar. Com certeza ele iria indicar o Brasil, pois o clima é bom as pessoas são bonitas e amigáveis, porém lembrou-se das favelas e da desigualdade social, foi ai que acho melhor indicar a Inglaterra, pois lá sim era um país de primeiro mundo, e lá você tem uma boa educação e qualidade de vida, porém as pessoas são muito frias e o clima não é muito bom.
Parou e ficou olhando para aquelas folhas, que ainda estavam em branco, e se sentiu muito deprimido, pois ele sempre acreditou que quando se tem 85 nos, já se sabe de tudo e se pode escrever um livro.
Depois de várias horas de reflexão teve uma idéia, criou uma frase, fez uma montagem de imagens no computador e mandou para ser impresso em um jornal. Após fazer isso foi dormir.

Acordou no outro dia olhou o jornal, e lá estava uma síntese de toda uma vida.


Não sei nada sobre a vida ,e o pouco que sei não falarei para ninguém, pois levei 85 anos para aprender, e não iria tirar esse prazer das pessoas.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Só mais um natal

Ele nunca gostou do natal, sempre achava uma festa tão sem sentido, claro que tinha toda aquela historinha do nascimento do menino Jesus, bla bla bla, mas isso não queria dizer que ele devia gostar daquela data.
O natal sempre era a mesma coisa. Só mais um dia onde todos saem de casa, compram presentes caríssimos, dão eles para algumas pessoas, pois também esperam ganhar um. Depois comem e bebem muito e no final vão dormir. Será que isso servia de mais alguma coisa a não ser alimentar o espírito consumidor da humanidade?
Porém aquele natal, alguma coisa iria acontecer. Quando o relógio bateu 12horas, ele resolveu sair da festa. A casa estava muito lotada, e com certeza ninguém iria notar que ele havia saído. Andou pela rua, olhava e observava cada pessoa. Viu algumas casas onde todos estavam juntos rezando, em outra as pessoas deviam ser judeus, pois tudo era diferente, mas teve uma coisa que lhe chamou a atenção.
Viu uma menina, resolveu se aproximar para ver o que ela fazia. Andou, porém não deixou que ela o visse. Chegou bem perto, pois queria ouvir a reza da menina. A menina rezava pedindo que naquele natal ela não passasse fome, como em tosos os outros, e que a mãe dela ficasse boa de saúde o mais rápido possível, pois ela só tinha a mãe e o irmão como família.
Ele não pode ouvir toda a reza da menina, pois, começou a chorar e, resolveu se afastar um pouco, não queria atrapalhar. Depois de um tempo pensado sobre os natais que ele já havia passado voltou para perto da menina. Viu que ela já havia terminado de rezar e foi dormir junto de um urso de pelúcia que devia ter o dobro da idade dela de tão velho.
Voltou para casa. Chegando a casa, entro na cozinha e foi recolhendo os alimentos que sabia que não seria comido. Pegou alguns presentes da árvore de natal e novamente saiu de casa. Chegando perto de onde ele havia visto a menina, pode notar que agora havia uma ambulância e a menina estava chorando enquanto só paramédico estavam perto da mulher que devia ser a mãe da menina. Saiu de perto, pois parecia que o coração havia diminuído tanto que sumiu.
Estava andando tão perturbado, que nem notou que os presentes que ela trazia estavam caindo. Ouviu alguém chamando por ele, foi ai que virou.
- Boa noite moço. Disse a menina.
- Boa noite, respondeu.
- Posso ficar com essas coisas que o senhor deixou cair? Pergunto a menina.
- Sim, mas você poderia me responder só uma coisa? Pergunto o homem.
- Claro moço,diga. Respondeu ela.
-Aquela senhora ,que os paramédicos estavam ajudando,era sua mãe? Perguntou ele.
- Era sim moço, mas ela só tava meio mau ai ela tomou uns remédios, e recebeu uma receita para comprar outros. Respondeu a menina.
- Ah que bom, pois tome o dinheiro para os remédios. Falou ele.
- Obrigado moço. Posso pegar essa comida que o senhor tem na sacola?Perguntou a menina.
- Sim é tudo seu. Falou ele.
- O moço esse vai ser o meu melhor natal! Falava a menina enquanto ia saindo.
Ela saiu de perto do homem pulando de tanta alegria, porém mal sabia ela que por ter conhecido a menina ele havia dado algum significado para o natal.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Compriender Dom Casmurro

Ela tinha olhos de ressaca... Oblíquos e dissimulados. Aproveito-me de Don Casmurro e, com a mesma idéia, falo sobre os olhas daquela mulher que vi parada na esquina. Olhava com os seus olhos, oblíquos e dissimulados, para o vazio da noite. Queria ver se alguém passava, por perto, e assim ela teria, quem sabe, mais uns 50 ou 70 reais a mais essa noite. Foi ai que o carro pára. Lá estava eu, olhando para os olhos de cigana. Nunca pensei que iria me perder completamente em olhos, já havia lido Dom Casmurro e nunca entendi o que ele queria dizer, acho que esse tipo de coisa não se entende mesmo, tem que ser vista para saber e viver. Não tinha mais vontade de transar com ela, eu apenas queria olhar para os seus olhos dissimulado, queria saber como chegara àquele local. Foi ai que depois de uns 10 minutos, só admirando a beleza, que ela me pergunto se eu ia ou não querer o programa. Pedi para ela entrar. Falei que estava sem saber o que eu queria depois de vê-la. Ela sentou ou meu lado, começou acariciar minha perna, mesmo sem eu falar nada. Seu sorriso também chamou minha atenção, parecia que ela estava ou mesmo tempo ali e em outro canto, não sei decifrar muito bem o que ela queria me dizer. Pedi que parasse e saísse do carro, acho que ela não entendeu o recado, pois acabou me beijando lentamente. Foi depois daquele beijo, que eu me desconcentrei ainda mais. Ela estava ali a menos de 15 minutos e eu já a amava como se a conhece se por vários anos. Quando ela afastou a boca dela da minha, parei para respirar . Notei que não estava respirando desde o começo do beijo. Não sei por que me apaixonei assim de primeira, mas isso não podia da certo.
Pedi novamente que ela saísse, porém dessa vez tirei logo 100 reais da carteira e a entreguei. Ela não entende muito bem, porém pegou o dinheiro e saiu. Aqueles olhos de ressaca... Oblíquos e dissimulados só eu e Don Casmurro para saber o poder de um olhar assim.