sábado, 30 de maio de 2009

Desejo


É o final de dois em um.
É o recomeço da solidão.
Perdido em pedaços de espaços.
Novamente sem saber onde ir.

Hoje vi que não da certo sermos dois,
ser um para você já lhe basta.
Agora sei que contos de fadas,
são mentiras passadas.

Mentiras faladas no tom de verdade,
fizeram-me rir de ilusões.
Não prometo esquecer teus olhares,
nem o fogo de nosso beijos.
Prometo entender que para você,
não passei de um banal desejo.

sábado, 23 de maio de 2009

Final da gaveta

Em um final da gaveta é possível encontrar de um tudo, essa foi à descoberta que fiz ou ver o final da minha. Acho que às vezes, temos de voltar as nossas gavetas, com mais freqüências, pois elas nos mostram coisas que não deviam ser esquecidas. Hoje, enquanto revirava a minha, pude me reencontra com antigas historias, com imagens do meu passado remoto, e algumas de passados recentes, lá também estava, em estado de dormência, algumas cartas que escrevi e por motivos simples ou banais não as enviei. Entre papeis, havia poemas e canções feitas para amores correspondidos, porém, tenho de ressaltar que, as melhores foram feitas pensando em amores que não vingaram, e por último encontrei crônicas dos meus dias, dos dias dos outros, dos dias de ninguém.
Abrir aquela gaveta velha, que devia fazer alguns meses que eu não tinha contato, fez-me da uma olhada no meu desarrumado, que ainda estava arrumado. Sempre fiz questão de aguarda, nem que fosse ao final da gaveta, as minhas memórias. Não guardei as melhores, nem apenas as piores, simplesmente guardei tudo, pois só assim em uma mistura de emoções, é que alguém, ou ate eu mesmo, se um dia quisesse me entender, abriria a gaveta e, como em uma colcha de retalhos, iria montando as minhas personalidades e experiências.
È verdade que com o passar do tempo não é fácil identificar, para quem, ou o porquê de alguns poemas, talvez, esses não foram escritos com muito amor ou ódio. Dos poemas mais especiais, ainda consigo sentir os pensamentos mistos, o turbilhão de sentimentos, as perturbações e em alguns casos o gosto do amor que me fez escrever.
Relendo minhas crônicas, noto que, não passam de personas e cenas dos meus dias simples e complexos. Normalmente escrevo minhas crônicas em terceira pessoa, pois assim tento fingir que sou fizinho de mim mesmo, por isso, torno-me observador da minha vida. Acho que sendo eu, vizinho de mim mesmo posso dar palpites em minha própria vida, e como não há pessoa melhor para dar palpites e soluções que os vizinhos, pois eles sempre sabem o que devemos fazer, e como devemos fazer talvez ,olhando de fora, eu entenda o que ainda não entendo.
Ainda a tanto para mexer, porém nunca devemos cavar sem olhar para cima, pois podemos chegar tão fundo que nem conseguiremos voltar. Prefiro receber minhas dosagens de passado em medidas homeopáticas. Hoje fechei um contrato de voltar periodicamente ao final da minha gaveta, também faço desse meu contrato uma dica. Fechei a gaveta, porém não antes de deixar mais um pedaço na minha cocha de retalhos.

domingo, 17 de maio de 2009

Carta a ninguém

Não vou começar esta carta como todas as cartas para ex-amores, pois começar dizendo: não penso mais em você, seria uma mentira muito grande, logo que estou lhe escrevendo essa carta. Gostaria de deixar bem claro, principalmente para mim , que nem sei mesmo se ao final vou lhe mandar a carta, isso vai depende da coragem, ou da loucura que me der.
Sim, eu ainda penso em você, penso mais do que na época em que estávamos juntos. Sei que mostrar esta fraqueza será bem complicado, principalmente, por que as pessoas preferem fingir que são fortes a mostrarem que são humanas. Acho que elas preferem isso, pois a fraqueza é a beleza mais simples e também a mais verdadeira, porém eu cansei de esconder minhas fraquezas e sentimento. É mesmo complicado mostrar que amamos, pois nem entendemos direito o que é o amor, por isso, nos parece loucura sentir algo que nem ao menos podemos definir, e para complicar mais, existem milhões de lendas que tentam fazer com que o amor se torne algo tão perfeito e intocável, que quando você se depara com ele na vida real, fica completamente sem saber se o que sente é amor. A meu ver, o amor é forte, complicado, traz na sua matriz, dor e sofrimento, pois amar é um ato de maior egoísmo e posse do outro, mas acho que ninguém vai entender essa minha visão do amor, por isso, não irei mais continuar nesse devaneio.
Ontem eu estava lendo um livro. Hoje em dia para não te ligar todas as noites, como eram de costume, invento novas atividades, entre elas a de ler ou escrever. No livro da noite passada, encontrei uma frase que se encaixa completamente na nossa história. "Sabiam que o sentimento entre eles nunca seria chamado de amor, mas sim de atração satânica". Quero ressaltar que não lembro se essa frase foi mesmo do livro de ontem, ou se fora eu que escrevi, mas não se assuste com a palavra satânica, pois a sua gênese, só quer dizer empecilho.
Estou escrevendo muitas besteiras, e não consigo chegar ao motivo,que me fez escrever essa carta, mas isso foi proposital, pois o que eu quero lhe dizer caberia no guardanapo, usado, do ultimo bar que fomos, e mesmo assim sobrariam grandes espaços.
Ainda não decidi se vou ou não lhe enviar essa carta, ficarei, mais umas duas horas ,ouvindo nossas musicas, escrevendo outras cartas, para você ou quem sabe até mesmo ,algumas, seja para mim, e caso esta especifica nunca seja enviada , ao menos, me serviu de via escapatória.
Como já comentei, bastaria um pedaço de guardanapo sujo, do ultimo bar que fomos juntos, para lhe dizer tudo que penso.

Ainda te amo.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Pedaços

Em encontro forte e rápido, de um rio
com o mar, onde um desmonta o outro,
forma-se o beijo.
Em um gozo carnal de cama,
quente e fétida, fora feito o fogo.
Do amor, o pranto mais sublime
dos amantes, fez-se o sangue.
De dois, onde sobra um só,
pega-se a solidão.
Do choro infanto, tem-se
a necessidade do silêncio, puro e livre.
E quando do mais restar nada,
tirará do tempo, em espaços vazios, um erro de viver.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Novos tons

Sofrer por mais um amor, esse era o objetivo ou a conseqüência?Sabia que todo relacionamento que se metia não era uma forma de render sorte e sim de perder. No começo quando levou o primeiro fora achou que era normal, pois todos já haviam passado por isso pelo menos uma vez. Mas depois do primeiro veio o segundo e, logo depois, o terceiro, já estava pensando em parar por ai. Há uma frase de um autor que nem ele mesmo conhecia, contudo gostava muito. Somos do contra só para nos contrariar. Essa frase poderia ser o resumo, ou melhor, o texto completo de toda a sua vida amorosa. Amava, nem mesmo sabia se amava, mas, no mínimo, apegava-se com quem ficava, pensara certa vez, que só se apegava as pessoas mais interessantes, todavia descobriu que nem eram as mais interessantes que lhe despertava interesses, e sim as mais complicadas.

Sempre em novas historias havia novos tons, porém essa em especial podia se chamar tom. Talvez seja difícil entender o porquê de se chamar tom, mas há coisas que apenas vivendo para entender. O novo tom de sua vida vinha sendo cantado, não nos mesmos últimos tons, pois algo havia mudado. Quem sabe não era o timbre? Sabia que não iria se entregar como nas ultima vezes, porém essa era a promessa mais que manjada. Os amores são como as musicas, quanto mais se entrega a eles mais se sente à vontade, e mesmo naquelas musicas que nos fazem sofrer, gostamos de repeti-las várias e várias vezes. Sofrer, nem era mais o problemas, pois como fala o velho ditado popular “Quem esta na chuva é para se molhar”, agora sabia, ou pelo menos tentava saber, que em toda história tem de haver um fim, porém as melhores histórias são as que possuem os fins mais surpreendentes. Parou de pensar, e começou a agir. E como em toda metade de musica ou livro, só continuando para saber o final. Essa foi à escolha feita. Continuar.