sexta-feira, 15 de julho de 2011

Para você

Acordei com um sonho em você.
Uma visita noturna muito oportuna.
Que ao acordar, fechei os olhos para voltar.

Era um dia claro, estávamos mais uma vez em BH
No jardim, que só nós conhecemos,
seu sorriso  aberto, foi o que primeiro vi.

Tua boca,  pescoço e orelhas
eram os locais que meus lábios mais
estavam gostando de passear.

O sol continuava lindo, como da última vez em BH
Você nos meus braços, local tão seu
Eu nos seus braços local tão meu.

Sabe, amanhã te conto mais sobre o sonho de BH.

domingo, 10 de julho de 2011

Esperando

(Duas mulheres, conversando enquanto fumam um cigarro)

Personagens:
Mulher com cigarro verde: CV
Mulher com cigarro rosa: CR

CV: Você já pensou em pular de um prédio?

CR: Não, nunca pensei em pular de um prédio.

CV: Mentira! Todo mundo já pensou em pular de um prédio.

CR: Mas eu nunca pensei.

CV: Sabia que as pessoas normalmente não morrem por causa da queda!

CR: Coisa que não importa muito, pois, no final, elas acabam mortas da mesma forma.

CV: Contaram-me, certa vez, que uma mulher, que havia pulado do vigésimo andar de um prédio, estava com a face feliz, e com uma mancha de sangue que lembrava um halo. Acho que ela estava sorrindo, pois havia sentido o vento no rosto.

CR: Mas ela estava morta, não importando o sorriso.

CV: Eu já pensei em pular do meu prédio, mas ainda não fiz. Acho que todo mundo já pensou em pular do seu prédio. Você não?

CR: Já lhe disse que não. Além do mais, moro em uma casa.

CV: No caso de quem mora em casas, acho que normalmente pensam em se envenenar, ou quem sabe dar um tiro no meio da cabeça. Alguma dessas coisas você já pensou?

CR: Nenhuma delas. Veneno, dizem que dói muito o estômago, e eu já tenho gastrite, acho que não vai ser muito bom. E da um tiro na cabeça, não Deus me livre. Quero ter um velório de caixão aberto.

CV: Ok, se você fala que nunca pensou em se matar, então é por que você não é normal.

CR: Que horas são? Meu relógio parou.

CV: Desculpa, o meu também parou.

CR: Que chato, pois acho que tenho de ir.

CV: Sem problemas, só cuidado, está chovendo muito, e 90% dos acidentes de carro acontecem nesse período do ano.

CR: E a pneumonia também aumenta, além de bronquites.

CV: Mas acidentes de carro, são mais perigosos.

CR: Ok tudo bem, mas de qualquer forma eu vou ficar aqui mesmo.

CV: Então quem vai sou eu,pois já estou atrasada. Adeus.

CR: Adeus. Você tem outro cigarro? O meu acabou.

CV: Sim tenho, toma. Pode ficar com todos, estou parando de fumar. Não quero morrer de câncer.

CR: Dessa forma, nem eu. Joguemos fora o cigarro.

CV: E não esqueça de parar de comer coisas com conservante, ou beber refrigerantes.

CR: Tudo bem, já não faço isso normalmente.

CV: Desculpas, mas tenho de ir mesmo.

CR: Tá, em que andar estamos mesmos?

CV: No vigésimo. Estou indo então.

CR: Cuidado e adeus.

sábado, 9 de julho de 2011

Durante um sonho e outro

Durante as noites tontas, ela vem me visitar.
Percorrem e marcam seus caminhos, por natureza.
Seus nascimentos são culpa de um sofrer de amor.
Amor este, que não entende o que tem.

Ao passarem pela face, deixam o cheiro da vontade
Vontade boba de querer o que longe se encontra.
Não importo, eu as guardo com carinho do sofrer.
Entre mão ou lenços a protejo.

Bobo, quem não percebe que elas são verdadeiras.
Cultivá-las em alegria seria melhor, pois,
dessa forma, elas vão um dia secar.

Peço, conserve no sentimento de origem.