domingo, 22 de janeiro de 2012

Peixes

Os peixes são animais que morrem pela boca. Eles, por não terem noção da quantidade de comida que devem ingerir , comem, comem, comem até que a quantidade de comida que estar dentro do organismo impede que eles respirem normalmente, ocasionando assim, a morte. Sei disso, pois minha irmã tinha um aquário com dois peixinhos, como ela era gorda, toda vez que ia comer pensava que os peixes deviam comer também. Resultado os peixes comiam umas dez vezes por dia, comiam tanto que só duravam uma semana. Como era difícil explicar o fato da morte, toda vez que os peixes morriam, eu ia comprar novos. Certa vez, acho que de tanto ela matar os peixes, a loja já não possuía mais peixes dourados, foi o jeito comprar os prateados. Coisa que foi de importante aprendizagem para minha irmã, pois, ao ver os peixes prateados, perguntou-me como eles haviam mudado de cor. Para servir de conselho, falei que quando comemos de mais o nosso corpo não aguenta e, por isso, sofremos mutações genéticas, no caso dos peixes, só tinha sido a mudança de cor. Aquilo foi muito importante para a infância dela, pois em menos de três anos ela já estava magra e comprou um gato, animal esse que matou os peixes e a deixo com a consciência da morte. Fico feliz, ao saber, que é a partir dos doze anos o nosso cérebro começa a receber dosagens de hormônio tão fortes, que nosso lado racional se desenvolve rapidamente, tornando-se assim impossível acontecer coisas que durante a infância eram comuns, por isso, que ao chegarmos à vida adulta, nos transformamos completamente em pessoas racionais. Quando crianças, podemos morrer de tanto comer, pois não temos a noção de que estamos ingerindo comida de mais, porém com o cérebro já desenvolvido esse tipo de atitude se torna impossível, pois seres racionais sabem a hora certa de parar de comer. Todas as compunções são comuns apenas na infância ou no máximo no inicio da vida adulta. Quando adultos a possibilidade de alcoolismo, tabagismo, ninfomania, TOC, entre outras compunções, tornam-se completamente raras e em algumas sociedades até desconhecidas.  Em nossa sociedade adulta e completamente racional nunca perdemos o controle e nem repetimos atos ridículos como  os dos peixes. O suicídio, mesmo que acidental é impossível de ocorrer. Não amamos de mais nem de menos, não comemos muito nem pouco, não estamos em um extremo, muito menos no outro. O equilíbrio é a norma geral das nações. A morte, o ultimo dos problemas enfrentados durante o período da infância nos é tão bem aceita, que ao sabermos que alguém da nossa família morreu, não choramos nem nos espernearmos, coisa aceita apenas pelas crianças. Aceitamos perfeitamente e como é de costume normal, usamos nossas roupas coloridas e vamos nos despedir do ente querido. Nada como o desenvolvimento dos lóculos do cérebro para nos transformarmos neste ser tão bem desenvolvido e, assim, sabermos os momentos corretos de pararmos de comer, os peixes diferentes de nos, continuam a vida toda com esse risco do excesso.

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