quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sol Poente.

(Uma mulher sentada mexendo em um som, enquanto o homem estar olhando para ela deitado na cama.)

Izabel: Olha nego é nossa musica vamos dançar? Eita que eu me sinto toda acariciada, por você, só de ouvir essa musica! Vamos nego vem dançar!
(Zeca se levanta da cama e vai dançar junto da mulher, musica a ser escolhida pelo grupo, porem deixo como diga a musica, “Despedida” de Maria Rita)
Zeca: Bel, tenho uma coisa para te dizer. Mas não sei como começar. (fala enquanto dançam)
Izabel: Fala homem, tu sabe que entre nos não tem essa besteira. Fala logo.
Zeca: Bel, tu sabe por que eu vim para cá né? Vim a trabalho, transferido, e a vida de quem trabalha na marinha é assim, o governo é que escolhe nossa casa, nossa cultura, nossa família.
Izabel: (vai até o som e para a musica) Nego, não to gostando do caminho que essa conversa ta seguindo fala logo, ou cala de vez.
Zeca: Eu também não sou de arrodeios, mas é que tu sabe como gosto de você...
Izabel: Fala logo, você mesmo falou que não é de arrodeios.
Zeca: É que bel... Izabel.
Izabel: (cortando a fala em um tom de raiva) Izabel? E tu me chama assim dez de quando? A única vez que você me chamou assim foi quando nos conhecemos e eu te falei que Izabel era para os desconhecidos e Bel era para os íntimos (leve sorriso) e como tu é safado foi logo me chamando de Bel e com o passar do tempo ficou B. Fala logo que eu já sei que coisa boa não é!
Zeca: Bel, verdadeiramente não é coisa boa, o que tenho para lhe dizer é que eu fui transferido para outra cidade.
Izabel: Mas home deixa de ser bobo nos ainda podemos nos ver. É onde? 200 km?
Zeca: Não Bel é no sul do país, e não temos como nos ver. É muito longe, eu não tenho como ficar vindo, você não vai ter como ficar indo. Entre outros problemas...
Izabel: Mas Zeca, eu vou com você, não a nada aqui que me prenda mesmo, nem família nem amigos, só tu mesmo, para mim essa terra é só tu (risada nervosa)
Zeca: Izabel não... Não quero desandar tua vida! Mulher vida de marinheiro é sem rumo, sempre se mudando. Eu mesmo achei que ia passar no mínimo dois anos aqui, e com menos de seis meses já fui transferido. Você tem é que ficar aqui. Sua terra. E não ficar mulher do mar.
Izabel: Desandar minha vida? Não homem isso não é problema ela já é toda desandada desde sempre mesmo. Eu sempre tive uma vida desandada! Estando com você é que eu sinto que ela pode andar um pouquinho, e mesmo se ela não andar eu não me importo muito. Por mim ela pode até nadar (risada nervosa).
Zeca: Não Izabel, você tem que entender, eu tenho de ir e você de ficar.
Izabel: É verdade, mulher de marinheiro é pior que puta, ou menos as putas recebem dinheiro pelos homens que passam por elas, e nos mulher de marinheiro, não essas só fica com a fama na cidade. E homem já gente vai a gente fica.
Zeca: Você sabe que se eu pudesse eu ficava aqui, mas são ordens superiores, e ordens superiores não podem ser desobedecidas.
Izabel: Homem, então se você vai sair da minha vida saia logo agora. Borá fora... Esse barraco é pequeno, mas é meu... Fora... Fora ta ouvindo não. A partir de agora só me fode se pude pagar.
Zeca: Calma, também não precisa ser assim... Ainda nos gostamos...
Izabel: Exatamente por isso tem de ser assim, vamos homem sai... Já que tem que ir vai logo.
(Izabel esperando ele sair segurando firmemente a expressão de mulher decidida, depois que ele sai ela coloca novamente a musica e começa a rir risadas)

Um comentário:

Jaíra Poti disse...

Adoraria ver a Taci fazendo essa cena!