segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Caminho de casa



Tento me esconder em um quarto escuro, com apenas as brechas das janelas abertas. Tento esconder minhas derrotas, minhas vitorias, meus medos, minhas vontades. Nem sempre foi assim, houve um tempo onde tudo para mim era alegria, onde eu achava que poderia fazer tudo e vencer todos. Mas os calos da vida, os amores e desamores, as derrotas, as vitorias, as brigas, as amizades , ou seja, a própria luta de estar vivo me fez perder o estimulo. Durante minas leituras achei uma algo de um sobre um poeta, filosofo, não sei, pois o que me marcou foi à idéia central de sua fala. Em uma parte desse texto ele falava que preferia ir a um enterro que, a uma festa. Logo que li não entendi muito bem, pois me parecia estranho alguém preferir ir a um enterro que a uma festa, mas quando se esta no estado emocional no qual me encontro, sabe se que ele falou uma grande verdade. Em um enterro as pessoas ficam tristes, e a tristeza traz com sigo uma reflexão sobre a própria existência, as coisas que você sempre quis fazer e não fez, pó outro lado , em uma festa a única coisa que se quer é o prazer instantâneo, seja ele em um beijo, na bebida ou talvez nas drogas. Talvez eu já tenha filosofado tanto sobre a minha existência, sobre as minhas quedas que já esteja a ponto de enlouquecer, mas eu não vejo a loucura como algo ruim, pois o louco acima de tudo é uma pessoa que metaforicamente compreende e sente todas as possibilidades do seu ser e da existência. Estou começando a cansar, não cansar de verdade, pois, hoje o ,maior trabalho que tive foi o de esquentar a comida que eu fiz a uns dois dias , mas estou cansado de pensar e acho que vou dormir, e então talvez amanhã eu encontre meu caminho para casa.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Querida realidade


O amor, ainda não sabia muito bem o significado daquela palavra, porém sabia que havia uma pessoa que, sempre que estavam juntos, sentia algo estranho. E lá estava, deitado ou lado daquela pessoa, que era a responsável por todos os seus calafrios e confusões emocionais. Será que o amor era assim, um frio na barriga? E como diz o poeta “um contentamento descontente”. Mesmo com o coração aos saltos, não tinha coragem de virar e falar: olha, não sei muito bem o que sinto por você, mas sei que é um sentimento maior do que posso controlar ou ficar com ele só para mim. Todas as vezes que pensava em falar tudo que sentia, se enrolava, pois tinha medo de não ser recíproco. Não sabia muito bem o que era o amor, mas já tinha aprendido a sofrer por amor, a chorar por amor e a sonhar por amor. Talvez só faltasse uma iniciativa para tudo acontecer. Todas as vezes que perdeu indo ate o espelho, ensaiando , treinando, depois, saia de casa, com toda a coragem do mundo, porém, quando estava perto, não falava nada e no máximo olhava para baixo, enquanto pensava em algum assunto besta para justificar a ida ate lá. E lá estava a chance mais romântica e perfeita que ele já teve. Olhou durante uns longos 3 minutos aquela boca , aqueles olhos, aquele nariz, tudo parecia perfeito. Não sabia mais o que fazer, nem o quer pensar, então fechou os olhos e beijou. Era estranho, pois sempre pensou que o beijo não seria correspondido, sempre achou que na hora em que os lábios se encostassem, receberia uma tapa. Mas não. Estava sendo tudo ao contrario do que pensava, pois foi recíproco e carinhoso. Estava tudo tão perfeito, mas estava na hora de abrir os olhos. Enquanto abria os olhos, lentamente, notou que não era verdade, pois ele estava deitado no quarto e havia tido mais um sonho. Um sonho, que podia muito bem ser real. E como não era real, fechou, novamente, os olhos para ver sé conseguia voltar para o sonho.
Obs: Fiz este texto ouvindo a musica Jantar do Marcelo Camelo, talvez ouvindo ela o leitor possa sentir o que quero passar.

domingo, 11 de janeiro de 2009

A ordem não importa, e sim os fatos.

Ver, apaixonar, amar, namorar, brigar, reconciliar, voltar, transar, brigar, amar, discutir, terminar. Foi nessa seqüência que tudo aconteceu na vida de um casal.
Tudo aconteceu como se os dois soubessem que tinham mesmo nascido um para o outro, não sabiam como chegar, para começar um assunto, foi aí que um dos dois teve coragem e foi.
Não precisaram de muitas palavras para saber que seria “um feliz para sempre!”.
Na segunda saída já se amavam como se já namorassem há vários anos.
Foi juntamente com uma carta que o namoro começou.
Mas o ciúme, a falta de tempo e a vida corrida, causada pela sociedade atual, proporcionaram a primeira briga.
Dois dias, foi exatamente esse tempo que um precisou para saber que não saberia viver sem o outro, mas alguém tinha que ter coragem de ir e pedir desculpas.
Juntamente com uma carta, o relacionamento voltou.
Novamente sentiam como se tivessem sido feitos um para o outro e em uma noite fria aconteceu.
Depois de quase oito meses de namoro, novamente brigam.
E novamente notam que se amam cada vez mais.
Conseguem até passar mais uns quatro meses juntos, mas novamente há discussões.
É verdade, mesmo amando, era melhor terminar.

O amor, mesmo sendo amor, pode ser que não seja eterno, visto que é chama.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Vasos

Um vaso só pode ser cheio até a borda, nem uma gota a mais. Essas foram as últimas palavras que André me falou antes de cometer seu suicídio, mas não é dessa parte que eu quero começar a falar.
Um dia comum, onde se pensa que nada vai mudar, chegou, no sanatório, ou melhor, no manicômio, que trabalho, André. Não sei muito bem quem o deixou por lá, nem mesmo quis saber, pois o meu trabalho não é o de investigar a vida das pessoas, e sim aplicar sedativos e tranqüilizantes, porém em André eu nunca precisei fazer isso.Todo dia quando eu ia entregar os remédios a André, eu só precisava entregar o copo com um pouco de água e ele tomava rapidamente todos os remédio sem dar nenhum trabalho.
Era engraçado como ele ficava horas, às vezes, até o dia todo, sentado, enfrente a um espelho, apenas olhando os cabelos, de vez em quando, ele tirava algo, que só ele podia ver, e o jogava para o alto com toda a delicadeza do mundo.
Foi então que um dia, depois de não aquentar a tranqüilidade e a falta de revolta de André, resolvi fazer algumas perguntas.
- Oi sou o responsável pela medicação diária de vocês, acho que nunca conversamos. Sou Pierre. Falei que não sabia como era o nome dele, pois queria chamar sua atenção
-Só se pode encher o vaso até a borda, nem uma gota a mais. Não falou mais nada, e continuou olhando para o espelho.
Ele havia falado aquela frase com tanta força de espírito e convicção, que mesmo sabendo que ele era considerado um loco, não hesitei em pensar sobre a frase. Passei horas pensando no que ele queria dizer com a frase. Um vaso só pode ser cheio até a borda, nem uma gora a mais... nem uma gota a mais. Não sei se o entendi da mesma forma que ele quis me passar, ou se isso não era nem para se entender. O que realmente eu pude sentir foi que ele queria me falar algo sobre a tolerância, sabe as pessoas toleram tudo, até não poderem mais, ou seja, só até a borda dos seus próprios vasos, porém depois que uma gota a mais é colocada, elas acampam perdendo o equilíbrio emocional, psicológico e acabam sendo consideradas loucas, mesmo que essa loucura seja a completa compreensão do ser de uma forma metafórica. Não passam de loucas. Não sei se foi bem isso que André quis falar, por isso, não vou me prender a essa filosofia, espero que cada leitor ache sua teoria para as últimas e primeiras palavras de Andrés comigo.
Já estava saindo do manicômio , quando ouvi um barulho, olhei para traz e lá estava André. Ele havia pulado do sexto andar, mas, mesmo estando morto, ele tinha uma cara de liberdade e alegria.
Só se pode encher um vaso ate a borda e nem uma gota a mais. E lá estava André depois de receber a sua gota a mais.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Mais uma história

A felicidade nem sempre é igual. (fim)

Lá estava eu, já eram 8 horas, claro que eu não havia chegado 8 horas. No começo da semana eu já estava com presa para que chegasse esse dia. Olhei no relógio de meia e meia hora, pois eu havia chegado antes das 7 horas da noite.
Sentado, sozinho, olhando para todos os outros que estavam naquela pequena, porém aconchegante, cafeteria que talvez estivesse melhor seu eu não estivesse sozinho, nervoso, começando a achar que ela não ia chegar e, acima de tudo, com a mão muito molhada.
Pedi uma dose dupla de whisky para ver se relaxava um pouco. Não sei se foi a dose de whisky ou se era o ar-condicionado que não estava funcionando muito bem, pois, com o tempo, fui sentindo um calor muito grande, e achei melhor tirar o casaco. Tentei ver se me distraia com mais alguma coisa, pois, já era 08h10min, e ela não havia chegado.
Enquanto eu olhava o cardápio, ouvi a porta se abrindo, quando virei vi uma mulher entrando, porém não pude ver seu rosto, pois ela passou muito rápido por mim e foi para perto do balcão do bar. Ela, mesmo estando longe, lembrava muito a Helena que eu havia conhecido a mais ou menos uma semana. Não sei se era mesmo parecida, ou se foi apenas minha vontade de revela. Pedi mais uma dose de whisky, pois iria ficar observando , se fosse a Helena , ela logo iria ficar impaciente e olharia para os lados. Tomei minha dose de whisky como se toma um chá da tarde, e mesmo assim a mulher não se mexia,nem para pedir uma bebida. Pedi outra dose, e decidi se depois dessa ela não se virasse, eu iria ate o bar falar com ela. Novamente tomei minha dose de whisky lentamente.
Resolvi me levantar. Já estava me sentindo meio tonto. Fui andando lentamente ate a mesa onde estava aquela mulher que eu achei parecida com a Helena.
-Helena. Falei com uma voz muito alta
-Oi. Desculpe o que você falou? Respondeu a mulher.
-A me desculpe. Le confundi com uma mulher que eu estou esperando. Falei meio sem saber se havia falando tudo.
- A sim o senhor deve ser o Isaac? Perguntou-me ela.
-Sim sou, mas não sei de onde conheço a senhora. Respondi com um pouco de medo.
-O senhor não me conhece mesmo não, fui enviada pela Helena, para le dar esse recado.
Peguei o bilhete. Abri o mais rápido. E lá estava o recado.

Querido Isaac, não tive coragem de me reencontrar com você. Não te falei, mas no dia em que nos conhecemos eu havia saído, pois queria esquecer meu marido. Eu havia descoberto que ele esta me traindo há uns dois anos. Quando te conheci me senti novamente feliz, porém quando cheguei a casa, vi meu marido com os olhos cheios de lagrimas e com todas as nossas fotos na frente. Foi ai que descobri que o perdão não era uma coisa fácil, pois quis bater nele na mesma hora. Começamos a Discutir. Brigar. Falar auto. Conversar. Debater, Falar baixo, e por fim nos beijamos. Depois daquele beijo, o perdoei, e hoje estamos em uma segunda lua de mel.

Após ler todo aquele recado, e reler, eu apenas tive a atitude de pagar a conta e voltar para casa.



Obs: para entender a historia leia o texto que estar antes desse. e boa sorte!