O jogo é o principio básico
de qualquer relação em uma sociedade onde somos cobrados a todo o momento.
Jogar é a palavra de ordem. Devemos sempre ficar por cima, todos ao nosso redor
são competidores, e só se vence quando o seu poder implica no sofrimento do
outro. Ali sentado em sua velha mesa de jogadores fracassado é onde o
personagem de nossa pequena historia se encontra. Cansado de jogar, não por não
ser um grande jogador, muito menos por não gostar de se sentir melhor que os
outros, mas pelo mero fato de estar cansado de jogar. Em uma mesa de jogadores
fracassados, sempre tem que ter um copo de bebida, que por sinal nunca deve
estar cheio, algumas pontas de cigarro e claro um em sua mão. Não estamos aqui
falando que todos que se encontram nesse estado estão na mesa dos jogadores
fracassados, mas no caso do nosso personagem da pequena historia esse fato é
real. Os CDs estão espalhados, e no som é claro que estar tocando alguma musica
que seja ao mesmo tempo triste e encorajadora. As musicas de festas devem ficar
para as festas, onde o nosso personagem da pequena historia costuma frequentar
com estremo fervor. A bebida já estar
quase no fim, ainda devemos ter no máximo mais dois ou três cigarros na
carteira, e o cd já se repetiu umas trinta vezes. As portas do bar já estão
esperando apenas a saída do nosso personagem da pequena historia. Esse já é o segundo dia que ele fica como
cliente final do bar. Já pronto para se levantar cambalear um pouco, chegar a
casa e dormir até o dia seguinte, o nosso personagem, ou seja, o jogador fracassado,
pede a conta. O ritual parece ser o mesmo, mas em jogos, um mero movimento das
peças faz com que todo o final mude. Antes que o nosso personagem pudesse pedir
a conta, entra no bar uma pessoa. Ao observa-lo o jogador percebe que esse não
é mais um jogador fracassado que costumava encontrar nos bares e festa. Ele
tinha uma energia estranha, não que o nosso personagem principal da historia
acreditasse nessa parada de energia, mas que ele tinha uma energia estranha ele
tinha. Talvez vez ir falar com ele fosse um problema, pois como conversar com alguém
que não parecia estar dentro desse sistema tão correto, onde todos são
jogadores. Mas antes que o jogador de nossa historia pudesse chama-lo a atenção
para vim sentar-se a mesa, o rapaz da energia estranha veio na direção da mesa.
Sem pedir, mas percebendo que o jogador queria, sentou-se. Olharam-se, e por
meio de olhares conversaram por horas, nada foi dito, apenas os olhares
falaram. O jogador, que a partir de agora
iremos chamar de jogador desabilitado do jogo tradicional, inclinou levemente
seu rosto para frente e como se o outro tivesse entendido completamente os seus
movimentos se inclinou também. Beijaram-se. Ali o jogador desabilitado entendeu que o dono
dos lábios que estava tocando não era de alguém irreal, mas apenas mais um
jogador desabilitado, que por algum motivo entrou no bar. Beijaram-se, de uma
forma não planejada e em local não pensado, mas beijaram-se. O personagem inicial
de nossa historia, ou seja, o primeiro, ao descolar os lábios, do novo
personagem da nossa historia, apenas deixou o dinheiro na mesa e chamou o
segundo para sair do bar. Ao saírem do bar, apenas com o olhar se despediram e
cada um foi andando para o seu lado, seguindo seu caminho. Em sua caminhada,
ambos, que agora haviam entendido que eram jogadores desabilitados, perceberam
no bolso um pequeno papel, ao pegarem viram um numero, pareciam ter combinando,
pois não se espantaram, indiretamente sabiam da existência do papel dentro dos
seus bolsos. Guardaram o pequeno papel.
Os dois personagens da nossa pequena historia, sabia ali, enquanto
guardavam o papel e lembravam-se do tanto que tinha sido dito pelas sensações,
que tinham o medo e ansiedade, o que é comum para quem é jogador, mas estavam
desarmados para o novo, característica adquirida quando se descobre como ser um
jogador desabilitado.
domingo, 16 de setembro de 2012
sábado, 30 de junho de 2012
Casa da mãe Joana
Todas as putas estão indo morar
em Minas Gerais, não tenho nada contra a cidade e que me perdoem os moradores
de lá, mas é verdade todas as putas estão indo para Gerais. Por volta de 2010
abri um pequeno cabaré nas proximidades do centro da cidade, putero novo, se
for bem divulgado, rapidamente tem cliente. Todas as nossas meninas eram
formadas e tinham vontade de fazer a pós-graduação, então o preço não era
baixo, mas o cliente sabia que o produto era bom. Quando se abre um cabaré, tem
que se ter muito controle com a puta que se coloca nele, pois muitas delas
pensam que lar é o local de encontrar o príncipe encantado e só pensam em um
homem ideal. Porém no final do mesmo ano em que o cabaré foi aberto, chegou-me
uma puta diferente, ela não era mais tão nova, pois já tinha por volta de seus
22 anos, mas aparentava menos. Seus serviços eram muito bem elogiados pelos
clientes, pois mesmo ela tendo algumas limitações sexuais, fazia um sexo oral
que fazia a freguesia voltar, só para encontra-la. Sua chegada ao cabaré fez-me esquecer das
outras meninas da casa, pois havia encontrado a puta que ira colocar todo o meu
trabalho para frente. Então não cansei de investir nela, principalmente quando
se tratava de mordomias, todas as que ela me solicitava, eu rapidamente
resolvia de realizar. Chegando varias vezes a passar o dia resolvendo coisas,
pois acreditava na potencia do trabalho dela. No começo ela fingia não precisar
dos meus serviços, mas com o tempo foi ficando cada vez mais esperta na arte de
pedir, mas se fazendo de quem não estar a pedir. Seu trabalho era cada vez mais
esplendoroso, e o cabaré estava indo muito bem, até que certo dia, quando já
estava praticamente fechando um ano de carteira assinada, ela veio ao meu
encontro, solicitar que desse a baixa em sua carteira de trabalho. Era apenas
charme, bastaram alguns reajustes salariais para ela voltar rapidamente ao seu
trabalho, satisfazendo cada vez mais a clientela. Mas para pessoas como essa,
nunca ficam felizes com o que tem, sempre pedem mais e acreditam que tudo que
se dar ainda é pouco. Com o tempo foi cobranco cada vez mais, aceitando cada
vez menos os carões e pedidos feitos, além de estar perdendo pouco a pouco a
qualidade do serviço. Quando sua permanência na casa, já estava quase se
tornando insuportável, chegou à cidade um cliente novo, que a pouco havia conhecido
ela, porém ainda não pessoalmente. Ela também criou um deslumbramento, mas
morria negando para todos do cabaré que eles tinham algum tipo de relacionamento,
além do profissional, coisa que cada vez mais foi ficando difícil de acreditar.
Com pouco tempo de encontros repetidos, ela já tinha o telefone do rapaz, e já
estava marcando encontros, fora do horário de trabalho. Foi então que um dia,
nem tão inesperado assim, quando fui ao seu quarto, chama-la para ir mais uma
vez realizar seus serviços na praça, encontro uma carta, tão curta e
individualista como sua dedicação ao cabaré que a acolheu: Estou indo para
Gerais.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Cidade
Quando os dias ficam maiores que as horas, é o momento certo para percebermos que as coisas não andam mais tão normais como normalmente eram. Ontem a noite ele havia decidido tomar todos os comprimidos da casa, misturado com o Chandon que havia sobrado da festa passada e ver se isso dava algum barato ou no melhor dos casos a morte. Em casa não havia muitos comprimidos, além de dois para dor de cabeça um para dores estomacais e outro que não tinha nem rótulo. A maior companhia que encontrou foi a das duas taças. Uma onde ele mesmo bebia e a outra que deixava do lado oposto da mesa. Sempre enchia as duas e antes que a outra ficasse quente corria para o lado oposto da mesa sentava-se e bebia todo o líquido contido nela. Dessa forma, sempre tinha a impressão de que realmente tinha outra pessoa ali com ele, pois a todo o momento estava enchendo dois copos. Quanto mais bebia, mais interessante o jogo e a se tornando. Para começar a variar, deixou bilhetes de um dos lados da mesa e voltava para beber do outro, quando o copo secava e tinha de mudar de local fingia para se mesmo que alguém havia deixado um pedaço de papel, que mesmo tendo uma cantada barata, ele ria e respondia. E foram necessárias só mais algumas rodadas clonadas de bebida para ter coragem para deixar um bilhete mais apimentado, onde no final já tinha o numero do celular e o convite para saírem daquele local tão parado e se dirigirem para uma festa mais badalada. Algumas rodadas de bebidas e já estavam na sala com o som bem alto tocando algumas musicas do The Strokes onde a faixa mais preferida era a Last Nite, que o DJ felizmente repetiu várias e várias vezes, pois parecia fazer a pista animar. Música rolando, algumas garrafas de bebidas já viradas e as mensagens ficando cada vez mais pesadas. Na última, tomou coragem e chamou para irem para algum local que ao mesmo tempo fosse animado, mas que tivesse menos luz e a musica fosse um pouco mais calma. Em pouco tempo o quarto já era o espaço habitado, a cama já era o local de ficar e as roupas já estavam largadas por toda parte. Os dois copos já vazios a bebida já quase acabando. Pegou o preservativo, o gel, tirou o que restava de roupa e foi para a cama. Alguns minutos depois cigarros acessos, sempre em numero par. A noite que inicialmente não prometia muitas coisas já estava quase se findando e o dia já dava noticias dos primeiros minutos da manha. Era melhor tirar um breve cochilo, pois às oito horas da manha, teria que estar de pé, não lembrava o motivo, mas sabia que o celular iria lhe avisar o motivo assim que resolvesse lhe dizer que já era hora de ir ao mundo.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
domingo, 22 de janeiro de 2012
Peixes
Os peixes são animais que morrem pela boca. Eles, por não terem noção da quantidade de comida que devem ingerir , comem, comem, comem até que a quantidade de comida que estar dentro do organismo impede que eles respirem normalmente, ocasionando assim, a morte. Sei disso, pois minha irmã tinha um aquário com dois peixinhos, como ela era gorda, toda vez que ia comer pensava que os peixes deviam comer também. Resultado os peixes comiam umas dez vezes por dia, comiam tanto que só duravam uma semana. Como era difícil explicar o fato da morte, toda vez que os peixes morriam, eu ia comprar novos. Certa vez, acho que de tanto ela matar os peixes, a loja já não possuía mais peixes dourados, foi o jeito comprar os prateados. Coisa que foi de importante aprendizagem para minha irmã, pois, ao ver os peixes prateados, perguntou-me como eles haviam mudado de cor. Para servir de conselho, falei que quando comemos de mais o nosso corpo não aguenta e, por isso, sofremos mutações genéticas, no caso dos peixes, só tinha sido a mudança de cor. Aquilo foi muito importante para a infância dela, pois em menos de três anos ela já estava magra e comprou um gato, animal esse que matou os peixes e a deixo com a consciência da morte. Fico feliz, ao saber, que é a partir dos doze anos o nosso cérebro começa a receber dosagens de hormônio tão fortes, que nosso lado racional se desenvolve rapidamente, tornando-se assim impossível acontecer coisas que durante a infância eram comuns, por isso, que ao chegarmos à vida adulta, nos transformamos completamente em pessoas racionais. Quando crianças, podemos morrer de tanto comer, pois não temos a noção de que estamos ingerindo comida de mais, porém com o cérebro já desenvolvido esse tipo de atitude se torna impossível, pois seres racionais sabem a hora certa de parar de comer. Todas as compunções são comuns apenas na infância ou no máximo no inicio da vida adulta. Quando adultos a possibilidade de alcoolismo, tabagismo, ninfomania, TOC, entre outras compunções, tornam-se completamente raras e em algumas sociedades até desconhecidas. Em nossa sociedade adulta e completamente racional nunca perdemos o controle e nem repetimos atos ridículos como os dos peixes. O suicídio, mesmo que acidental é impossível de ocorrer. Não amamos de mais nem de menos, não comemos muito nem pouco, não estamos em um extremo, muito menos no outro. O equilíbrio é a norma geral das nações. A morte, o ultimo dos problemas enfrentados durante o período da infância nos é tão bem aceita, que ao sabermos que alguém da nossa família morreu, não choramos nem nos espernearmos, coisa aceita apenas pelas crianças. Aceitamos perfeitamente e como é de costume normal, usamos nossas roupas coloridas e vamos nos despedir do ente querido. Nada como o desenvolvimento dos lóculos do cérebro para nos transformarmos neste ser tão bem desenvolvido e, assim, sabermos os momentos corretos de pararmos de comer, os peixes diferentes de nos, continuam a vida toda com esse risco do excesso.
sábado, 7 de janeiro de 2012
Garotas não choram.
A vida é mais amarga que uma taça de vinho seco. Odeio porra de vinho seco, só compro esse tipo de vinho porque o gosto amargo e seco me lembra da merda da vida que tenho. Parei de fazer programa faz exatamente oito meses, no inicio até que sentia falta do gosto de porra matinal que tinha que sentir. Casei com um dos meus ex-cliente, mas talvez fosse melhor ter continuada naquela vida. Ele agora me deixa em casa como um troféu, ou melhor, como um animal de estimação, pois ao menos um troféu, deixa- se na prateleira pegando poeira e enfeitando, mas um animal de estimação, esse tem que estar ali, sempre sorrindo e abanando o rabo para seu dono, além de lamber seus pés, no meu caso, outras partes. Não sei se era pior a obrigação de por duzentos reais ter de engoli a porra de homem desconhecido e gemer só para eles acharem que gozei, ou ter de ser a esposa ideal com cara de comercial de margarina, tendo por dentro um animal acorrentado. Ele pensa, que só por ter me tirado da vida “fácil”, é meu dono. Tenho que ouvir piadinhas bobas, estar sempre sorrindo, mesmo quando recebo apenas patadas, e transar na mesma posição sempre, pois ele tem limites sexuais. Mas domar uma fera criada, como eu, não é assim tão fácil, pois um animal da selva sabe muito bem a hora de dar o bote. Toda vez que ele sai para trabalhar, no trabalho de merda que ele sente o maior orgulho, só porque ganha um valor mereça, que da para manter uma puta em casa, eu também saio para trabalhar, só que ele não sabe, pois digo que estou indo ao shopping ou ao mercantil. Vou aos cinemas pornôs do centro, local que nem quando eu era puta de carteirinha frequentava, pago os cinco reais que são cobrados como ingresso, às vezes não com dinheiro, e vou ganhar a minha mesada extra. Não preciso do dinheiro, pois o felá da puta que tenho em casa pode, e paga, muito bem minhas contas, porém eu faço e cobro cinquenta reais, só pelo prazer se saber que passo o chifre nele, e ainda ganho um dinheiro extra. Mesa essa que faço questão de gastar com pequenos presentes para ele. Nas ultimas vezes, resolvi nem cobrar, pois já estava começando a fazer fama no local, coisa que não é preciso, pois tenho medo de gostar e querer voltar para minha antiga vida. Ele nunca desconfiou, não por eu nunca ter tido um descuido ou outro, mas pelo motivo de me ver como um animal de estimação, ou seja, um bicho que ele usa apenas para despejar sua porra, em quanto eu finjo gozar e fazer caras e bocas, ou reclamar, ativada essa que ele vem fazendo com mais costume e frequência. Acho que nasci para ser puta, essa vida de madame rica, não é muito minha praia, a felicidade com as coisas são assim, alguns tem por ostentar luxo e carreira, outros tem por ser da vida e não ter que mostrar uma cara que não tem. Hoje ele foi viajar, trabalhar fora, não duvido nem um pouco que esteja pagando uma puta por ai para trepar, mas ele que faça bem feito, pois eu, enquanto ele sai com uma camisinha na mão ,estou voltando é com um banco de esperma. Enquanto ele esta fora, frequento menos os cinemas do centro, pois só tenho prazer no perigo, mas a companhia do vinho caríssimo me será bastante útil. Continuo tomando vinho seco, mesmo sem gostar, pois ele me faz lembrar a merda de vida que tenho e o travo que sinto na garganta lembra-me a porra de vida que eu tinha.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Duas dúvidas ou dívidas
Estou escrevendo esse texto, mas sinceramente espero que ninguém o leia. É neste ponto que nasce a primeira pergunta. Porque estou escrevendo e não apenas pensando? Acho que escrevo, pois o ato de escrever me deixa mais consciente que minhas condições são reais. Por falar em condições, irei começar. Sabe o coração de uma pessoa que já morreu? É assim que estou, parece que não vejo mais nada além de uma enorme linha reta e ,de vez em quanto, uma leve alteração no gráfico, que ,por alguns minutos, parece mudar, porém volta a ficar na estaca zero. Mais uma vez, gostaria de afirmar que não é minha intenção que esse texto seja lido por outra pessoa, e caso alguém venha a fazer isso, por favo não se identifique, pois são apenas palavras de um bêbado solitário no final da noite. Minha segunda indagação da noite, que talvez seja consequência das duas últimas doses de conhaque que tomei é: porque nos apegamos às coisas, se ao final iremos morrer de qualquer forma? Não eu não sou pessimista, apenas penso constantemente na morte, mais do que as outras pessoas, pensou eu, ou menos, não sei, só sei que penso constantemente na morte. Já perdi alguns familiares, odeio ter de falar neles, mas só os tenho como exemplo. A morte para mim é como uma vela, pois sabemos que um dia irá apagar, porém a chama enquanto acessa é necessária para podermos acreditar. Sempre são muitas as bestares que um bêbado escreve ao final da noite, agora termino de tomar mais dois copos de conhaque, sinto que o texto que escrevo para mim mesmo, ainda não fala o suficiente sobre as coisas que preciso falar. Acho que sempre fujo do foco, não por querer fugir, mas por pensar que as pessoas de uma forma ao de outra podem se identificar com o meu texto, porém repito mais uma vez, esse texto não deve ser lido, são apenas pensamentos de um bêbado de final de noite que acaba de entronar mais um copo de conhaque. Eu odiava bebidas quando era criança, quando via meu pai bebendo sempre dizia para mim mesmo -eu nunca irei beber, nem fumar juro por deus. Parte disso é verdade, pois verdadeiramente nunca bebi nem fumei, uísque ou charuto , não sei se é por que verdadeiramente não gostou, ou por ser as duas coisas que meu pai mais fazia . A noite para uma pessoa que bebe pode ser amiga ou inimiga, depende dos companheiros, pois quando bebemos com alguém a bebida se espalha no sangue e esquenta as orelhas, dessa forma, rimos bastante e nos divertimos, porém ,quando bebemos sozinhos, a bebida se concentra no cérebro e nos trás na lembrança memórias nem sempre agradáveis. As lembranças de minhas doses de conhaque estão cada vez mais fortes, por isso, sinto-me incomodado por saber que alguém possa um dia ler esse texto, mesmo que não o entenda, estará lendo as memórias desordenadas e fragmentadas de um bêbado de conhaque da noite. O conhaque, meu tão amigo da noite, não costumava ter-lo em outrora, foi apenas por influencia de uma amiga, que há tempos não a vejo, que comecei a entorná-lo duas ou três vezes por semana, às vezes, bebo só para relaxar, porém quando passo do ponto, perco o controle e começo a ser mais eu. Ser eu, ou melhor, sempre sou eu claro, mas poder ser um eu de mim mais profundo nem sempre é fácil, nem sempre é bom. Acho que as doses de conhaque que bebi já me deixam com menos medo e mais vontade de correr pelo o mundo, como no momento estou impossibilitado, vou pegar meu celular, ligar para algum numero, falar mais algumas besteiras e quando a bebida subir, mais um pouco, irei dormir o sono dos bêbados e dos sonhadores.
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