Personagens:
Mulher com cigarro verde: CV
Mulher com cigarro rosa: CR
CV: Você já pensou em pular de um prédio?
CR: Não, nunca pensei em pular de um prédio.
CV: Mentira! Todo mundo já pensou em pular de um prédio.
CR: Mas eu nunca pensei.
CV: Sabia que as pessoas normalmente não morrem por causa da queda!
CR: Coisa que não importa muito, pois, no final, elas acabam mortas da mesma forma.
CV: Contaram-me, certa vez, que uma mulher, que havia pulado do vigésimo andar de um prédio, estava com a face feliz, e com uma mancha de sangue que lembrava um halo. Acho que ela estava sorrindo, pois havia sentido o vento no rosto.
CR: Mas ela estava morta, não importando o sorriso.
CV: Eu já pensei em pular do meu prédio, mas ainda não fiz. Acho que todo mundo já pensou em pular do seu prédio. Você não?
CR: Já lhe disse que não. Além do mais, moro em uma casa.
CV: No caso de quem mora em casas, acho que normalmente pensam em se envenenar, ou quem sabe dar um tiro no meio da cabeça. Alguma dessas coisas você já pensou?
CR: Nenhuma delas. Veneno, dizem que dói muito o estômago, e eu já tenho gastrite, acho que não vai ser muito bom. E da um tiro na cabeça, não Deus me livre. Quero ter um velório de caixão aberto.
CV: Ok, se você fala que nunca pensou em se matar, então é por que você não é normal.
CR: Que horas são? Meu relógio parou.
CV: Desculpa, o meu também parou.
CR: Que chato, pois acho que tenho de ir.
CV: Sem problemas, só cuidado, está chovendo muito, e 90% dos acidentes de carro acontecem nesse período do ano.
CR: E a pneumonia também aumenta, além de bronquites.
CV: Mas acidentes de carro, são mais perigosos.
CR: Ok tudo bem, mas de qualquer forma eu vou ficar aqui mesmo.
CV: Então quem vai sou eu,pois já estou atrasada. Adeus.
CR: Adeus. Você tem outro cigarro? O meu acabou.
CV: Sim tenho, toma. Pode ficar com todos, estou parando de fumar. Não quero morrer de câncer.
CR: Dessa forma, nem eu. Joguemos fora o cigarro.
CV: E não esqueça de parar de comer coisas com conservante, ou beber refrigerantes.
CR: Tudo bem, já não faço isso normalmente.
CV: Desculpas, mas tenho de ir mesmo.
CR: Tá, em que andar estamos mesmos?
CV: No vigésimo. Estou indo então.
CR: Cuidado e adeus.
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