sábado, 3 de outubro de 2009

Cigarros

Hoje, depois de tentar por vários dias inventar novas atividades, para esquecer a louca idéia, levantei mais cedo que de costume, coloquei o mp3 no volume mais alto, pois só assim parecia estar em um filme, e aquela musica seria a trilha sonora da cena mais louca.
A musica começou a tocar, era aquela que você havia decidido, por mim e por você, que seria a nossa musica, e eu sem pensar nem duas vezes dei-a para você. Após me vestir sai à procura da banca mais próxima, pois decidi que iria comprar meu primeiro maço de cigarros, não seria qualquer cigarro eu já ate tinha a marca certa para comprar. Nem gosto muito de cigarros, porém eu comprei meu primeiro maço, não com o mero objetivo de fumar, como todos os outros viciados em cigarro, pois o meu vicio era outro, o cigarro iria servir apenas como um paliativo para minha vontade. Sei que é feio admitir isso, pois é assim que começam os vícios, sempre depois de comprar o primeiro maço vem o segundo e por ai vai, porém tenho um motivo nobre para comprar cigarros, não comprei pelo simples prazer de fumar e sim pelo gosto que o cigarro trás na minha memória. Aquele beijo que ficou marcado, aquele beijo que tinha um gosto de cigarro. Era engraçado, pois, não importava a hora do dia, a boca sempre estava com um leve gostinho de cigarro, ate tentei impedir você de fumar, mas ainda bem que não consegui, pois hoje a única coisa que eu ainda posso sentir de você é o gosto do cigarro que fica na minha boca, depois de uma boa tragada. Enquanto fumo, posso sentir o gosto dos nossos beijos, tive que apelar para os cigarros, pois não estava mais me servindo só ouvir a nossa musica e ler os contos do Caio Fernando Abreu, que eu e você gostamos tanto, parece que depois dos cigarros todas as coisas que me faziam lembrar de você ganhou novas cores e ritmos, visto que, a musica novamente me emociona o livro está ficando mais interessante, mesmo eu já sabendo o fim de todas as crônicas e contos , pois fazer essas atividades juntamente com o cigarro, é como ter uma parte de você junto a mim. Acho que ate nos revermos vou estar viciado em fumar, porém sei que o meu vício não estar ligado a nicotina e sim a saudade que sinto dos teus beijos.

5 comentários:

Caio Timbó disse...

Muito bom o texto! Mas toma cuidado com esse negócio de cigarro. Minha irmã começou dizendo que se não fumasse não cagava hoje ela não consegue fazer muita coisa sem fumar. Pelo menos o seu motivo é nobre!

abraço!

Fiuza disse...

Ponto de contato. Sempre buscamos um para sentirmos que a crença, sentimento façam-se mais concretos e paupáveis. Embora não muito saudável, foi interessantíssimo o lance de ter como ponto de contato o cigarro, e até mais que um ponto de contato; uma lembrança próxima, como se alguém estivesse realmente bem próximo. As manias do ser humano, as coisas não muito claras do sentimento. Achei lindo, Dudu.

Beatriz disse...

é incrível, quando se ama nos contentamos com tão pouco. Dou tudo de mim, mas nao peço nada em troca. bem original! um beijo.

Isabela A. Santiago disse...

Texto completamente apaixonante!
Amei!!!
Espero um dia encontrar alguém tao apaixonado como você. :)
Parabéns novamente, e esteja sempre escrevendo e enriquecendo ainda amis a nossa rede.
Beijos.
Bela

Anônimo disse...

Estou maravilha com o texto,
meu ex namorado fumava e toda vez q sinto o cheiro de cigarro lembro muito dele, lendo esse texto agora vc me fez chorar...
parece muito com nossa história, tentei fazer com q ele parace de fumar mais como vc dize ainda bem q ñ consegi...