sábado, 28 de agosto de 2010

Duas vezes: para ensaio, para valer.

Hoje eu vim aqui só para falar disso, não é comum no dia do aniversário alguém falar sobre a morte, porém normalmente o comum não me aprecia. Hoje ainda não é amanha, por isso ainda posso falar com menos experiência que amanha terei. Depois de ver na loja ao lado um caixão pude notar como nada melhor do que o aniversário para falar da morte. Não sei por que, mas sempre gostei das pessoas que conseguem nascer e morrer no mesmo dia, me parece uma fechada de ciclo completo e sem erro, onde essa pessoa respeita naturalmente o ciclo. A figura de um caixão foi me apresentada hoje, não que eu não a conhecesse, mas por que, parar para notá-la, nunca fiz. Algumas bobagens merecem ser faladas. A vida, ela vale menos que um caixão! A minha ao menos não sei afirmar, porém a vida de um modo geral deve valer. Aquele caixão me incomodou tanto, me fez refletir mais que as leituras de outrora, em Nietzsche, Jean-Paul Sartre. A figura o símbolo, a imagem foi o que me marcou. Saber que estarei lá dentro em mais ou menos dias, não me deixa feliz nem triste, mas em uma curiosidade meio que macabra e louca, porém afirmo, não tenho pressa em descobrir. Tenho uma metáfora estranha, porém engraçada para definir o que pensei. A vela após ter sido acendida, não importa o dispêndio de energia, em mais dia ou menos dia ela irar apagar. Odeio quando as coisas rimam, mas foi involuntário. O caixão, a loja, a vida, tudo isso me impressiona, sem falar no bar. Sei que do bar ainda não falei porem deixarei para outrora, hoje só quero falar da vida, do caixão e da loja, e acho que ainda é muito para poucas palavras que pretendo usar. Merda! Novamente rimou. Não sei se serei compreendido, e nem tenho essa necessita no momento, já tive em outras horas e com certeza terei no futuro, mas nesse momento eu só quero é falar, e me desculpe você que esta ouvindo, se não tiver entendendo, não se preocupe o problema esta mesmo em mim, e não em você. Não sei se consegui deixar claro o suficiente o porquê de o caixão ter me feito penar, mas se não consegui, na próxima vez que passarem na frente de uma loja de caixões, pare apenas um momento e fiquei olhando mesmo que o incomodo seja maior, apenas pare e fique olhando, talvez assim, não através de palavras e sim de ações eu consiga mostrar como o caixão me fez pensar. Fora que novamente rimou, só quero deixar mais uma dica, quando escolher parar em uma loja de caixões, para olhar, não vá em qualquer dia, espere a véspera do aniversário, talvez seja melhor, mas se o aniversário ainda estiver muito longe não perca tempo vá mesmo assim. Acho que a frase que li hoje, será um bom final. “A vida devia ser vivida duas vezes, uma para ensaio e outra para valer. Era algo assim, ou talvez não.

Um comentário:

Wanessa Araújo "Papillon" disse...

Quero muito acreditar que todos nós somos esse amontoado de excentricidades, pelo menos não me sinto tão só.
Eu até acho válida essa experiência de observar uma loja de caixões as vésperas do aniversário,mas nessa data já estou tão chateada que para o bem da minha saúde mental ,prefiro assistir meus antigos filmes preferidos.
Eu entendi tudo que quis dizer, ou melhor, eu entendi a confusão de querer dizer algo.

Ah sim! Você rimou e foi lindo!