sábado, 7 de janeiro de 2012

Garotas não choram.

A vida é mais amarga que uma taça de vinho seco. Odeio porra de vinho seco, só compro esse tipo de vinho porque o gosto amargo e seco me lembra da merda da vida que tenho. Parei de fazer programa faz exatamente oito meses, no inicio até que sentia falta do gosto de porra matinal que tinha que sentir. Casei com um dos meus ex-cliente, mas talvez fosse melhor ter continuada naquela vida. Ele agora me deixa em casa como um troféu, ou melhor, como um animal de estimação, pois ao menos um troféu, deixa- se na prateleira pegando poeira e enfeitando, mas um animal de estimação, esse tem que estar ali, sempre sorrindo e abanando o rabo para seu dono, além de lamber seus pés, no meu caso, outras partes. Não sei se era pior a obrigação de por duzentos reais ter de engoli a porra de homem desconhecido e gemer só para eles acharem que gozei, ou ter de ser a esposa ideal com cara de comercial de margarina, tendo por dentro um animal acorrentado. Ele pensa, que só por ter me tirado da vida “fácil”, é meu dono. Tenho que ouvir piadinhas bobas, estar sempre sorrindo, mesmo quando recebo apenas patadas, e transar na mesma posição sempre, pois ele tem limites sexuais. Mas domar uma fera criada, como eu, não é assim tão fácil, pois um animal da selva sabe muito bem a hora de dar o bote. Toda vez que ele sai para trabalhar, no trabalho de merda que ele sente o maior orgulho, só porque ganha um valor mereça, que da para manter uma puta em casa, eu também saio para trabalhar, só que ele não sabe, pois digo que estou indo ao shopping ou ao mercantil. Vou aos cinemas pornôs do centro, local que nem quando eu era puta de carteirinha frequentava, pago os cinco reais que são cobrados como ingresso, às vezes não com dinheiro, e vou ganhar a minha mesada extra.  Não preciso do dinheiro, pois o felá da puta que tenho em casa pode, e paga, muito bem minhas contas, porém eu faço e cobro cinquenta reais, só pelo prazer se saber que passo o chifre nele, e ainda ganho um dinheiro extra. Mesa essa que faço questão de gastar com pequenos presentes para ele. Nas ultimas vezes, resolvi nem cobrar, pois já estava começando a fazer fama no local, coisa que não é preciso, pois tenho medo de gostar e querer voltar para minha antiga vida. Ele nunca desconfiou, não por eu nunca ter tido um descuido ou outro, mas pelo motivo de me ver como um animal de estimação, ou seja, um bicho que ele usa apenas para despejar sua porra, em quanto eu finjo gozar e fazer caras e bocas, ou reclamar, ativada essa que ele vem fazendo com mais costume e frequência. Acho que nasci para ser puta, essa vida de madame rica, não é muito minha praia, a felicidade com as coisas são assim, alguns tem por ostentar luxo e carreira, outros tem por ser da vida e não ter que mostrar uma cara que não tem.  Hoje ele foi viajar, trabalhar fora, não duvido nem um pouco que esteja pagando uma puta por ai para trepar, mas ele que faça bem feito, pois eu, enquanto ele sai com uma camisinha na mão ,estou voltando é com um banco de esperma. Enquanto ele esta fora, frequento menos os cinemas do centro, pois só tenho prazer no perigo, mas a companhia do vinho caríssimo me será bastante útil.  Continuo tomando vinho seco, mesmo sem gostar, pois ele me faz lembrar a merda de vida que tenho e o travo que sinto na garganta lembra-me a porra de vida que eu tinha.

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