domingo, 17 de maio de 2009

Carta a ninguém

Não vou começar esta carta como todas as cartas para ex-amores, pois começar dizendo: não penso mais em você, seria uma mentira muito grande, logo que estou lhe escrevendo essa carta. Gostaria de deixar bem claro, principalmente para mim , que nem sei mesmo se ao final vou lhe mandar a carta, isso vai depende da coragem, ou da loucura que me der.
Sim, eu ainda penso em você, penso mais do que na época em que estávamos juntos. Sei que mostrar esta fraqueza será bem complicado, principalmente, por que as pessoas preferem fingir que são fortes a mostrarem que são humanas. Acho que elas preferem isso, pois a fraqueza é a beleza mais simples e também a mais verdadeira, porém eu cansei de esconder minhas fraquezas e sentimento. É mesmo complicado mostrar que amamos, pois nem entendemos direito o que é o amor, por isso, nos parece loucura sentir algo que nem ao menos podemos definir, e para complicar mais, existem milhões de lendas que tentam fazer com que o amor se torne algo tão perfeito e intocável, que quando você se depara com ele na vida real, fica completamente sem saber se o que sente é amor. A meu ver, o amor é forte, complicado, traz na sua matriz, dor e sofrimento, pois amar é um ato de maior egoísmo e posse do outro, mas acho que ninguém vai entender essa minha visão do amor, por isso, não irei mais continuar nesse devaneio.
Ontem eu estava lendo um livro. Hoje em dia para não te ligar todas as noites, como eram de costume, invento novas atividades, entre elas a de ler ou escrever. No livro da noite passada, encontrei uma frase que se encaixa completamente na nossa história. "Sabiam que o sentimento entre eles nunca seria chamado de amor, mas sim de atração satânica". Quero ressaltar que não lembro se essa frase foi mesmo do livro de ontem, ou se fora eu que escrevi, mas não se assuste com a palavra satânica, pois a sua gênese, só quer dizer empecilho.
Estou escrevendo muitas besteiras, e não consigo chegar ao motivo,que me fez escrever essa carta, mas isso foi proposital, pois o que eu quero lhe dizer caberia no guardanapo, usado, do ultimo bar que fomos, e mesmo assim sobrariam grandes espaços.
Ainda não decidi se vou ou não lhe enviar essa carta, ficarei, mais umas duas horas ,ouvindo nossas musicas, escrevendo outras cartas, para você ou quem sabe até mesmo ,algumas, seja para mim, e caso esta especifica nunca seja enviada , ao menos, me serviu de via escapatória.
Como já comentei, bastaria um pedaço de guardanapo sujo, do ultimo bar que fomos juntos, para lhe dizer tudo que penso.

Ainda te amo.

4 comentários:

Fiuza disse...

Meu Deus! Dudu, admiro demais quem consegue fazer da simplicidade uma faca amolada a fim de cortar o peito de qualquer um, até do menos sentimental. Tu conseguiu fazer isso com maestria! O texto está espetacular, sem tirar nem pôr. Lindo! Entre os melhores, senão o melhor!

Wynie Araújo disse...

Bruno!
Tu sabe mesmo escolher as palavras certas e dizê-las criativamente num texto assim, fascinante...
Sentimentos incompreendidos espalhados numa mente confusa, como se carregasse nela o mundo, com sentidos indefinidos, ideias indefinidas.
"É saber encaixar as palavras certas nas lacunas do coração"

Caio Timbó disse...

Esse foi um dos melhores textos que ja li! Simplesmente perfeito! No ponto! Não sei nem o que dizer!:O

abração!

Anônimo disse...

Eu simplesmente já vivi isso!
Concluo que todos nós somos iguais...