Olhava atentamente as nuvens, como se elas fossem as mensageiras de suas vontades. Era engraçado como elas passavam lentamente sobre sua cabeça, podia quase ter a fiel certeza que o tempo havia parado. Esperava, como nunca, que os dias passagem, porém eles teimavam em ficar estáticos. A sexta preguiçosamente cedeu ao sábado, esse que por sua vez curtiu cada segundo, até dar a possibilidade do domingo chegar. Os dias que haviam sido amigos outrora, agora eram seus piores inimigos.
As nuvens que passavam por sobre sua cabeça, tinham as formas que o cérebro queria, sabia disso, porém podia jurar que as nuvens se aliaram ao dias para provocá-lo, pois elas insistiam em mostrar aquele sorriso, emoldurado pelos lábios largos e vermelho que já quase uma semana só ouvia a voz, mas a beleza real ficava restrita a vontade das nuvens. As nuvens se dissolviam e se remontavam sempre formando a mesma imagem, e quando raramente mudavam, era para mostrar outras partes que também lhe remetiam a mesma pessoa.
O cigarro, fiel companheiro,depois de vários meses engavetado, voltava a passear entre seus dedos . Sabia pouco de química, mas o pouco que sabia, era o necessário para ter a certeza que as substancias tóxicas do cigarro podiam lhe proporcionar um relaxamento, e valia ariscar um pouco de sua saúde.
O calor da tarde, como de costume era incomodo, porém a simples vontade de olhar as nuvens, e a brisa que a praia lhe trazia, o deixou completamente despercebido. O céu azul começara lentamente a ficar laranja, a tarde estava chegando ao fim, o que por um lado lhe confortava, pois era sinal de que a segunda estava chegando, por outro lado, as nuvens a noire se confundem com o céu azul escuro, e dessa forma lhe roubam as imagens. Antes que Morfeu se tornasse aliado dos dias, deixou o cigarro de lado, pegou a câmera na bolsa, e como um leve clique, conseguiu ter o sorriso por mais algumas horas, até que pudesse ter o de verdade.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário