sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Só mais um natal

Ele nunca gostou do natal, sempre achava uma festa tão sem sentido, claro que tinha toda aquela historinha do nascimento do menino Jesus, bla bla bla, mas isso não queria dizer que ele devia gostar daquela data.
O natal sempre era a mesma coisa. Só mais um dia onde todos saem de casa, compram presentes caríssimos, dão eles para algumas pessoas, pois também esperam ganhar um. Depois comem e bebem muito e no final vão dormir. Será que isso servia de mais alguma coisa a não ser alimentar o espírito consumidor da humanidade?
Porém aquele natal, alguma coisa iria acontecer. Quando o relógio bateu 12horas, ele resolveu sair da festa. A casa estava muito lotada, e com certeza ninguém iria notar que ele havia saído. Andou pela rua, olhava e observava cada pessoa. Viu algumas casas onde todos estavam juntos rezando, em outra as pessoas deviam ser judeus, pois tudo era diferente, mas teve uma coisa que lhe chamou a atenção.
Viu uma menina, resolveu se aproximar para ver o que ela fazia. Andou, porém não deixou que ela o visse. Chegou bem perto, pois queria ouvir a reza da menina. A menina rezava pedindo que naquele natal ela não passasse fome, como em tosos os outros, e que a mãe dela ficasse boa de saúde o mais rápido possível, pois ela só tinha a mãe e o irmão como família.
Ele não pode ouvir toda a reza da menina, pois, começou a chorar e, resolveu se afastar um pouco, não queria atrapalhar. Depois de um tempo pensado sobre os natais que ele já havia passado voltou para perto da menina. Viu que ela já havia terminado de rezar e foi dormir junto de um urso de pelúcia que devia ter o dobro da idade dela de tão velho.
Voltou para casa. Chegando a casa, entro na cozinha e foi recolhendo os alimentos que sabia que não seria comido. Pegou alguns presentes da árvore de natal e novamente saiu de casa. Chegando perto de onde ele havia visto a menina, pode notar que agora havia uma ambulância e a menina estava chorando enquanto só paramédico estavam perto da mulher que devia ser a mãe da menina. Saiu de perto, pois parecia que o coração havia diminuído tanto que sumiu.
Estava andando tão perturbado, que nem notou que os presentes que ela trazia estavam caindo. Ouviu alguém chamando por ele, foi ai que virou.
- Boa noite moço. Disse a menina.
- Boa noite, respondeu.
- Posso ficar com essas coisas que o senhor deixou cair? Pergunto a menina.
- Sim, mas você poderia me responder só uma coisa? Pergunto o homem.
- Claro moço,diga. Respondeu ela.
-Aquela senhora ,que os paramédicos estavam ajudando,era sua mãe? Perguntou ele.
- Era sim moço, mas ela só tava meio mau ai ela tomou uns remédios, e recebeu uma receita para comprar outros. Respondeu a menina.
- Ah que bom, pois tome o dinheiro para os remédios. Falou ele.
- Obrigado moço. Posso pegar essa comida que o senhor tem na sacola?Perguntou a menina.
- Sim é tudo seu. Falou ele.
- O moço esse vai ser o meu melhor natal! Falava a menina enquanto ia saindo.
Ela saiu de perto do homem pulando de tanta alegria, porém mal sabia ela que por ter conhecido a menina ele havia dado algum significado para o natal.

2 comentários:

J.Five disse...

Esse tá muito muito triste!Vow lá na minha geladeira agora!!

Anônimo disse...

Não achei nada triste... pois alguém conseguiu realizar um desejo, mesmo que tal desejo fosse breve...efêmero. E outro alguém conseguiu achar um sentido pra certa coisa. O que tem de triste aí, está para além do fato, a tristeza reside numa esfera mais ampla, da qual a gestão pertençe a todos e não a um só...(o problema social da miséria).
Enfim Eduardo, sempre que te visido espero uma surpresa e pra variar você nunca desaponta!
adoro tua inventividade!!!
abraços!!!